A Estação Primeira de Mangueira voltará a se apresentar na Avenida com uma narrativa de protagonismo negro, no Carnaval de 2023. Com o enredo "As Áfricas que a Bahia canta", a Verde e Rosa mostrará as visões de África na Bahia a partir de sua musicalidade e instituições carnavalescas negras, destacando o protagonismo feminino nesse processo e as lutas contra a intolerância, o racismo e pelo fortalecimento da identidade afrobrasileira.
A Mangueira abordará passagens da história preta do carnaval pouco difundidas nas construções cronológicas da festa, com os cortejos pré e pós abolição da escravatura, como os cucumbis e clubes negros, resgatando saberes e práticas ancestrais, as lutas pela inserção e reconhecimento da cultura afrobrasileira carnavalesca; os embates contra intolerância religiosa e racial dos Afoxés; as denúncias de desigualdade social pela arte dos blocos afros; a expansão da afrobaianidade pelos cantares do axé. Todos esses processos, conduzidos com protagonismo por mulheres pretas, mães, deusas, rainhas que usaram suas "coroas" e vozes contando, louvando e cantando para e por seu povo.
O enredo é de autoria dos carnavalescos Annik Salmon e Guilherme Estevão.
Escola Mirim tem nova presidente
Cria do Morro da Mangueira, Evelyn Bastos, a rainha de bateria da Estação Primeira, terá a responsabilidade de cuidar dos novos frutos da Escola. Convidada pela presidenta Guanayra Firmino, a rainha assume a agremiação mirim da Verde e Rosa ao lado do ex-mestre-sala mangueirense, Marquinhos que será o seu vice.
Evelyn Bastos foi musa do carnaval do Caldeirão do Huck em 2012; rainha do Carnaval do Rio de Janeiro em 2013 e chegou ao posto de rainha da Estação Primeira em 2014. Trajetória de muita dedicação e amor ao samba. Filha de Valéria Bastos – rainha entre 1887 e 1989 –, iniciou seus passos também na Mangueira do Amanhã. Filha da Escola mirim a nova presidenta promete dedicação e resgate das crianças do morro.
“Essa é a minha essência, a minha base. ‘Vá o mais longe que puder, mas nunca se esqueça de onde veio’ eu carrego essa frase comigo e todo caminho que venho trilhando, em todas as etapas eu nunca deixei de olhar para trás. Sempre tive muito carinho com as crianças e quis passar esse valor cultural que o samba pode agregar em nossas vidas, o quanto ele é transformador. Poder hoje carregar essa responsabilidade é um chamado e muito me honra. Será uma gestão feita com muito amor visando preparar o futuro da Mangueira para daqui a 20 anos a gente conseguir ver uma Mangueira como hoje,” afirmou a nova presidente.
O vice-presidente, Marquinhos, foi representante de ala, intérprete da Escola mirim e primeiro mestre-sala da Mangueira por 17 anos. Passou por outras agremiações como Tijuca, Vila Isabel, Unidos do Viradouro e Paraíso do Tuiuti. Cria do morro, retorna para Escola com a missão somar com a nova gestão para cuidar dos futuros talentos da Estação Primeira e resgatar a cultura do samba.
(Com informações da Assessoria de Imprensa da Mangueira – Fotos: Henrique Matos/LIESA e Divulgação)